Estás a desenvolver a paciência ou, pelo contrário, estás a deixar-te ir pela ansiosa prontidão dos tempos em que vivemos?
No outro dia, numa conversa com amigos, falámos do valor imenso de ser paciente e no esforço necessário para desenvolver essa qualidade. Afinal, vivemos numa era em que está tudo pronto: pronto a comer, pronto a vestir, as fotos que tiramos digitalmente ficam logo prontas a serem vistas, as partilhas são imediatas. A prontidão é de tal maneira requisitada que damos por nós a pedir desculpa quando não somos ou estamos imediatamente prontos. Que pressão, não achas?
A fim de desenvolver a minha paciência, invisto em:
1. Perceber que cada pessoa, eu inclusive, tem o seu ritmo. Independentemente da opinião dos outros, só vou ser bem sucedida na relação com os outros e comigo mesma se respeitar os ritmos de cada um.
2. Aceitar que o meu timing nem sempre é o certo e, a prova disso, é que por ter esperado um pouco, houve situações que se resolveram de melhor forma do que aquela que eu tinha pensado.
3. Entender que por ser paciente contribuo para reduzir a ansiedade que a pressa me traz.
A paciência será mesmo útil?
Por outro lado, desenvolver a paciência assemelha-se ao adquirir conhecimento: ocupa pouco espaço e refina a nossa perspectiva das pessoas e das coisas. É uma qualidade muito útil também para um escritor.
Por exemplo, entre muitos outros livros, estou de olho no novo romance da autora Carla M. Soares, intitulado Gente Feita de Terra. Se quiseres saber mais sobre o processo de escrita desta autora, clica aqui.
O outro livro que também quero muito ler porque é inspirado na sua realidade. É o Até os Comboios Andam aos Saltos da Célia Correia Loureiro. Ainda que não os consiga adquirir já, vou ser paciente. Quando chegar o momento de os ler, o entusiasmo será maior!
A paciência também é essencial na hora de escrever. Se por um lado as ideias nem sempre fluem quando temos disponibilidade para elas, por outro, parece de propósito, as ideias aparecem nos momentos menos apropriados 😏, isto é, instantes em que não dispomos nem mesmo de papel e caneta.
Ainda que não possas controlar estes fatores externos, podes preparar-te para estas circunstâncias. Como? Com o CADERNO DIGITAL DO ESCRITOR . O teu aliado sempre à mão.
Como a foto deste artigo, da autoria de Chris Coe no Unsplash, de pequenas ideias anotadas pacientemente pode nascer o teu próximo livro.
E tu, já tinhas pensado nisto? O que costumas fazer para incrementar a tua paciência?