Portugal já está há cinco semanas em casa. Como estará a real paciência das famílias? Em que ponto se encontrará a inicial descontração trazida pelo desacelerar o ritmo?
Nesta quinta semana em casa, todos estes ingredientes imprescindíveis para um confinamento pacífico alcançaram o cansaço. Afinal, apesar dos exemplos dos países externos, a ordem de nos mantermos em casa tem sido renovada a cada 2 semanas, a deixar crer que tudo se resolveria num par de semanas… Será uma estratégia psicológica? Isto deixou-me a pensar…
A verdade é que a travessia da quinta semana revelou-se ligeiramente mais difícil. Para mim foi! A disposição para trabalhar permaneceu em casa, mas não na minha. E a disposição para outras atividades mais também conheceu escassez.
Conforme aprendi há uns tempos atrás, a cada dia a sua ansiedade e dificuldade. Ora, o dia tendo apenas 24 horas, quando acaba, põe fim à ansiedade e à dificuldade que lhe diz respeito. Usei este mesmo raciocínio, mas na versão semana. A cada semana o seu mau-estar. Acabando a semana, acaba o mau-estar desta mesma semana.
Assim, em vez de aguardar pelo fim da quinta semana em casa, resolvi apressar-lhe o tempo com uma nova atividade. Estratégia psicológica? Seguramente! Trabalhar, limpar, cozinhar, arrumar, educar são tarefas que não podemos eliminar por razões óbvias. E contra este facto, não vale a pena perder tempo! Temos de as desempenhar e ponto. Resta-nos canalizar energias para explorar algo novo nos tempos livres. Foi o que fiz ao render-me aos audiolivros. Deixei-vos o relato dessa experiência aqui.
Em suma, a fim de enfrentar dias ou semanas menos fáceis e por não se saber quantas semanas mais, ao certo, teremos de ficar por casa, sugiro que tentem algo novo para diferenciar as semanas umas das outras. Não vai resolver, é certo, mas ajuda a atravessar as semanas com outra disposição. Não mudamos a paisagem exterior, mas podemos renovar a interior!
A foto de capa deste artigo é da Gaelle Marcel no Unsplash .
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