Encarou O SILÊNCIO, questionou O SENTIDO DA VIDA, percebeu que QUEM NÃO VIVE POR ALGO, MORRE POR NADA e que, sobretudo, NINGUÉM É ZÉ NINGUÉM. Aceitou que AS PESSOAS NÃO SÃO O QUE QUEREMOS e preferiu, ele, SER AUTÊNTICO, SER HUMANO. Precisou de interiorizar que NÃO É NÃO. Aprendeu que O FRACASSO NÃO EXISTE porque às vezes é necessário DESISTIR PARA GANHAR. Assim, por entre ESCOLHAS, optou pelos SONHOS. Nunca esqueceu que DOS NORMAIS NÃO REZA A HISTÓRIA, o que lhe valeu mais um ímpeto para LEVANTAR VOO, SEM NADA A PERDER. Hoje, vamos conversar com Manuel Clemente.
O que lhe deu vontade de escrever livros?
Sempre senti uma enorme necessidade de me expressar. Queria partilhar com o mundo aquilo que sentia e pensava, na esperança de encontrar pessoas “como eu”. Não consigo afirmar qual a razão de ter escolhido a escrita como meio de me exprimir, até porque não cresci num ambiente de escritores.
Muito provavelmente, ainda adolescente, o facto de sentir prazer ao fazê-lo e de ser reconhecido por isso me tenha levado a percorrer este caminho.
Onde encontra a inspiração?
A inspiração é como uma erva daninha, pode crescer em qualquer lado. Vai sempre depender da forma como abordamos o que nos rodeia.
É fundamental estar atento a todos os estímulos! Tanto pode ser uma conversa que ouvimos na mesa ao lado, como uma fala de um filme.
É igualmente importante saber relaxar o pensamento para que novas ideias possam brotar. Nesse aspecto, as atividades que requeiram algum movimento são essenciais: caminhar, tomar banho, lavar os dentes, cozinhar, etc.
É nesta espécie de “meditação ativa” que direcionamos o foco para o que estamos a fazer, ficamos mais tranquilos e abrimos a porta à inspiração.
O que retratam o(s) seu(s) livro(s)?
O meu primeiro e único livro chama-se Se Sentes, Não Hesites.
Esta obra é uma viagem pelas minhas dúvidas, medos e anseios, onde partilho a minha experiência pessoal e tudo o que tenho aprendido pelo caminho. Até aos 26 anos de idade, levei uma vida completamente standard. Estudei, tirei uma licenciatura porque achava que tinha saída e trabalhei a contragosto em diversas multinacionais. Exausto por não estar a ser eu próprio, decidi despedir-me e fui fazer voluntariado durante três meses para o Tarrafal, em Cabo Verde. Esta aventura permitiu-me aprender mais sobre mim, sobre a vida e sobre o nosso papel enquanto seres humanos. O livro fala bastante sobre esta transição de perspectiva e tudo o que ela acarretou. Apesar de não oferecer a receita para a felicidade, o Se Sentes, Não Hesites permite a qualquer leitor tomar consciência daquilo que não funciona na sua vida e perceber que já é tudo o que precisa para mudar.
Hábitos de escrita: Onde escreve? Em que momento do dia? Quanto tempo dedicar escrita?
Regra geral, escrevo em casa. Pontualmente, gosto também de ir até à biblioteca ou ao café (para ouvir as tais conversas). O momento com o qual me dou melhor são as manhãs, sem dúvida. O facto de acordar “limpo” de todo o ruído que acumulamos ao longo do dia, ajuda-me imenso.
O tempo que dedico varia imenso consoante a fase em que estou. Se estiver a escrever um novo livro, posso estar cerca de 5h de volta das letras. Mais do que o número de horas que dedicamos, é fundamental saber “desistir” quando não está a sair nada para depois regressarmos mais frescos.
Improvisa à medida que escreve ou conhece o fim antes de escrever?
Na maioria das vezes, já sei qual a meta que pretendo cortar. Para quem escreve, o grande desafio é saber que mensagem pretende passar. Assim que sabemos para onde ir, só precisamos de caminhar.
Qual é o seu livro preferido?
Não é que seja o meu livro favorito, no entanto gosto sempre de mencioná-lo porque desempenhou um papel crucial no meu percurso. O Santo, o Surfista e a Executiva de Robin Sharma foi-me recomendado numa altura em que me sentia bastante perdido. A leitura simples e a mensagem poderosa foram ingredientes fundamentais para não desistir das decisões que estava a tomar.
Uma breve mensagem de incentivo para quem gosta de escrever.
Se gostas de escrever, escreve!
Não importa se vais conseguir publicar um livro, se vais ter uma legião de leitores ou se vais fazer fazer carreira nesta área. Escreve porque sim. Porque te dá prazer, porque te ajuda a relaxar ou porque te faz perder a noção do tempo. E o mais importante: não sejas egoísta. Alguém, algures no mundo, precisa de ler as tuas palavras, portanto não te esqueças de partilhá-las 🙂
Muito obrigada, Manuel, pelo teu TALENTO. O MERECIDO É DEVIDO, por isso muitos parabéns pelo teu primeiro livro (cujos títulos dos textos foram usados em letra maiúscula para a introdução e despedia desta conversa). Entretanto, BOA VIAGEM!
Podem acompanhar o trabalho do Manuel aqui:
@manuelvclemente e adquirir o seu livro aqui.
Obrigada ao Markus Winkler no Unsplash pela foto de capa deste artigo.
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