Quando vou de férias, demoro sempre um par de dias a desligar dos horários e dos afazeres profissionais. É uma descompressão progressiva.
No primeiro dia, durmo mais uma hora do que o habitual, penso no trabalho outra hora.
No dia seguinte já sou capaz de dormir mais duas horas do que o horário habitual e já só penso meia hora no trabalho.
No terceiro dia, acordo o quanto antes para aproveitar o máximo e já não penso senão nesta condição que me cai que nem uma luva: férias!
É como entrar no mar para o primeiro mergulho mal chegamos à praia. Vamos entrando aos poucos ambientando o corpo à temperatura do oceano. Molha daqui, molha dali. Quando finalmente mergulhamos, já não pensamos em sair da água. Esquecemos o quão fria está para nos entregarmos ao sabor da maré!
Quando regresso ao trabalho o processo é ao contrário: durmo menos e sofro a pressão progressivamente.
No primeiro dia, durmo menos três horas do que aquelas que o corpo pede e relembro as férias sete vezes durante o dia.
No segundo, durmo menos duas horas do que as que o corpo pede e relembro as férias três vezes.
No terceiro dia, levanto-me quinze minutos mais tarde que a hora estipulada porque adormeci e esqueço as férias passadas porque só tenho olhos para as futuras!
Hoje foi o meu primeiro dia de trabalho depois de duas semanas que souberam a pouco face ao proveito ter sido tanto!
Hoje foi o primeiro dia, amanhã será o segundo… a água não está fria, está gelada!
Adoro 🙂