Começou a escrever por necessidade de expressar a dor. Hoje, escreve também em homenagem aos que estiveram sempre ao seu lado. Conheçam a jovem autora Cristiana Teodoro!
O que te deu vontade de escrever livros?
Os meus pais divorciaram-se quando tinha 10 anos e as situações de bullying na escola levaram-me a acumular muitos maus pensamentos e sentimentos negativos e precisava de um escape.
Comecei a escrever para desabafar e aprender a lidar com o dia a dia, com o isolamento, com o bullying, com os sentimentos, com tudo…
No entanto, recorria à fantasia e à ficção para que não descobrirem que era eu, especialmente quando criei um blogue para a minha primeira obra: Amor Mortífero.
Foi a primeira obra que escrevi, retratava uma rapariga que recebe um novo colega de escola e eles tornam-se amigos até ela se apaixonar por ele e descobrir que ele é um vampiro. Se tiverem curiosidade, é só irem ao site.
Onde encontras a inspiração?
A inspiração dos meus livros é a vida e as pessoas que fazem parte da minha vida, como os meus avós, o meu pai, a minha mãe, o meu companheiro e amigos, mas ainda utilizo as personagens e histórias para desabafar e falar de assuntos complicados.
Ocasionalmente, encontro inspiração em pequenos sonhos ou ideias espontâneas que encontro, levam-me a procurar novos desafios e aprender mais sobre a minha escrita, mas também a crescer e aprender com os erros para melhorar.
O que retratam os teus livros?
Os meus livros retratam muito do amor e da vida porque sou uma pessoa com sorte e cheia de pessoas importantes à meu redor, por isso, tento retratá-las de alguma forma.
O meu primeiro livro publicado, Amor não tem Século, surgiu da ideia de escrever uma história de amor que abordasse vários tipos de amor, então a personagem principal vai viajando pelo tempo e regressando temporariamente à atualidade para viver aventuras, aprender a amar-se e amar até estar verdadeiramente pronta para encontrar a sua metade.
A história fala de uma desilusão de amor que acaba numa aventura, uma viagem pelo tempo, algumas outras desilusões até a protagonista aprender a amar a si mesma e, depois, quando menos se espera, aparece o amor da sua vida. Será em tempo e hora certos?
Que eventos da tua vida te marcaram e, por consequência, se refletem no que escreves?
Definitivamente, foi o divórcio dos meus pais o impulsionador para a escrita como forma de libertação e de terapia.
Para além disso, as desilusões amorosas, as situações de bullying e as situações do dia a dia também são uma inspiração porque aprendo a lidar comigo mesma, mas também retrato situações que muitas pessoas passam e não querem falar disso, contudo precisam de alguém para se sentirem apoiadas.
Hábitos de escrita: Onde escreves? Em que momento do dia? Quanto tempo dedicas à escrita?
Costumo escrever no meu quarto porque posso ter o meu caderno de ideias e anotações ao lado. Não tenho hora específica porque tenho dias que escrevo páginas e outras que não é possível, mas tenho sempre mais vontade de escrever pela manhã ou de noite.
Se estiver inspirada, dedico-lhe umas 3-4h diárias porque aprendi que uma boa história leva tempo e vale mais fazer poucas horas, mas muito produtivas e com atenção.
Improvisas à medida que escreves ou conheces o fim antes de escrever?
Normalmente a ideia da história surge de forma espontânea e, simplesmente, escrevo a ideia no caderno.
Se der para elaborar uma história de princípio ao fim, elaboro, se não tento incorporar numa história que me permita isso.
Atualmente, como estou a escrever uma saga, tenho tudo organizado num caderno para poder lembrar-me do que acontece nos livros anteriores.
Qual é o teu livro preferido?
É uma pergunta difícil de responder porque depende muito do meu humor, mas a minha história preferida é a Bela e o Monstro.
Adoro a história porque além da Bela ser leitora e sonhadora, demonstra que o amor existe até no monstro mais teimoso.
No entanto, também gosto muito do Principezinho de Antoine Saint Exupéry porque é uma história intemporal e que fala mais em pequenas palavras do que enciclopédias inteiras, ensina-nos a valorizar os sentimentos e os momentos, e mostra-nos a importância da amizade e do amor.
Outro bom livro é A Cabana de WM. Paul Young. Não é um livro fácil de ler, porém é muito especial e ensina o valor do perdão e da aceitação. É um livro muito poderoso que recomendo vivamente.
Uma breve mensagem de incentivo para quem gosta de escrever e pretende publicar:
A mensagem que quero deixar aos escritores que pretendam ser autores é que
não deixem as críticas ou erros mandarem abaixo o vosso esforço porque, às vezes, achamos que o livro está perfeito até ouvir a primeira crítica “má” e, depois, duvidamos do nosso trabalho. Mas não façam isso!
Todo o grande escritor tem um livro que teve erros, teve um livro que foi horrível na carreira, tem uma obra com críticas, mas tal como eles, não desistam e tentem aprender com o que erraram antes porque um bom livro leva tempo, leva dedicação e esforço.
Se ser autor for o vosso sonho, lembrem-se que a jornada é muito dura, muito ingrata e vão haver dias que não vamos ver mudanças, mas vale a pena alcançar o sonho e saber que tentámos e estamos um passo mais perto.
Escrevam com o coração, vejam e revejam a obra porque há sempre um erro aqui e ali e nem sempre as editoras revêem as obras.
Façam pesquisas sobre o tipo de livro que querem escrever para procurar inspiração, analisem as propostas de várias editoras e perguntem a pequenos autores da editora para partilharem as suas experiências e, acima de tudo, não desistam!
É o vosso sonho e só vocês sabem o valor que ele tem.
Podes continuar a acompanhar o trabalho da Cristiana aqui:
Facebook: https://www.facebook.com/CristianaTeodoroAutora2020/
Instagram: @cristianateodoro_autora
E-mail: cristianateodoro_autora@hotmail.com
Um pouco sobre o meu livro publicado Amor não tem século:
A capa da minha primeira obra foi escolhida para homenagear as pessoas que inspiraram algumas personagens na história, por isso, foram escolhidas fotografias verídicas da minha família, amigos e companheiro.
Algumas passagens atuais são verídicas para trazer realidade à obra. Nestas passagens, a título de homenagem, decidi incorporar os meus avós e o seu grande dia porque estiveram sempre ao meu lado.
Outra curiosidade é que cada viagem dos tempo pretende enaltecer uma parte diferente do amor, desde a desilusão até ao amor próprio. Isto porque é importante amar-nos a nós próprios antes de amar o próximo.
Próximos Projectos:
Depois da primeira obra, aprendi que um bom livro leva bastante tempo e dedicação, é preciso ter muito cuidado e atenção, por isso, decidi desafiar-me a novos projectos, tais como, a construção de uma saga.
A saga tem o nome de “Detalhes de Amor-imperfeito” e retrata vários temas dolorosos e complexos na perspectiva de um homem e de uma mulher. O primeiro livro já está terminado e aborda a violência doméstica física e psicológica. O segundo aborda o abuso sexual e o adultério dentro da própria família e os resultados disso.
Para além da saga, de forma a desmistificar o poder feminino, decidi escrever uma história de terror. E mais, não posso dizer!
Muito obrigada, Cristiana!