DIAS DE OUTONO de José Rodrigues

DIAS DE OUTONO de José Rodrigues

Nem sempre um sol radiante traz boa disposição, nem sempre a proximidade da primavera afasta o desejo de alguém se fechar sobre si mesmo, ainda que de forma temporária. Embora os olhos se abram para a luz que chega com a proximidade desta bela estação do ano, nem sempre a mente se pinta com as cores mais claras.

O mesmo se dá com Dias de Outono! Lá por serem cinzentos, não significa que não tragam imensa cor. Dias de Outono é uma brisa de esperança profunda de que tudo pode correr bem.

O LIVRO

Crónica do livro Dias de Outro de José Rodrigues

A contracapa anuncia uma família atual manifestamente bem sucedida aos olhos da grande maioria. Porém, Miguel, o protagonista, questiona-se quanto à sua satisfação face à energia e ao tempo que a posição de grande responsabilidade no banco lhe consomem. Enquanto isso, a mulher, médica, não parece padecer da mesma insatisfação.

 

Mudanças no trabalho, no casamento e no bom comportamento de um dos filhos, levam Miguel a uma transformação interior que requer coragem e força de vontade.

 

O sentimento de felicidade pode dar medo. Medo de que, de repente, tudo se desmorone. Que o coração gele, depois de aquecer. Que a pele esfrie, depois de recolher os melhores pedaços de Sol. 

Quando tudo parece não se recompor e o medo entra em cena, o amor do protagonista convence todos de que esse é o caminho em dias de outono, de inverno, primavera ou verão. O amor pelo passado, o amor pela família, o amor pela vida simples e o amor próprio.

 

A MINHA OPINIÃO

Toxicodependência, fim do casamento, desemprego, doença e morte são os temas pelos quais, sem nos apercebermos, o autor José Rodrigues nos conduz elegantemente.

A sua escrita é despretensiosa, porém magistral na maneira como nos leva pela narrativa, cronológica e muito bem construída, fora. Como leitora, agradou-me a subtil cumplicidade criada com o protagonista por fazermos as mesmas descobertas em conjunto. Conforme o protagonista vai crescendo na sua visão da vida, desvendavam-se pormenores que outrora já existiam, mas padeciam de uma certa maturidade ou estrutra para serem encarados. O leitor acompanha, assim, muito de perto o protagonista causando profunda empatia.

Com esta leitura estreei-me, por fim, nas viagens literárias deste autor. Sim, percebeste bem: não vou ficar por aqui! Se ainda não o fizeste, convido-te também, a viveres estes Dias de Outono.

 

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