Não sonhou em escrever livros, porém escolheu as histórias como o meio para passar os seus sonhos a limpo. Escrever tornou-se a melhor forma para tapar alguns vazios e dar voz a determinadas dores. Desassossegado por natureza, encontra inspiração em tudo. Conheçam um pouco mais este autor: Pedro Rodrigues.
O que lhe deu vontade de escrever?
Comecemos a casa pelas suas fundações. Enquanto criança não sonhava escrever livros. Escrevia. Primeiro por obrigação, na escola primária; depois para tentar passar os meus sonhos a limpo – também desenhava, mas encontrei nas palavras as proporções exactas para o fazer: foi assim que comecei a escrever poesia (no ciclo).
Com o tempo a escrita tornou-se numa terapia e, já na adolescência, descobri que era a melhor forma de tapar alguns vazios. Foi aí que surgiu a ideia de contar histórias, de dar voz a determinadas dores, que não eram necessariamente minhas, mas que, de certa forma, me eram próximas.
Onde encontra a inspiração?
A minha cabeça é um sítio impossível. Tudo me desassossega e, portanto, tudo me inspira: um dia de chuva, uma equação, a história de amor dos meus avós maternos, ou o cheiro de uma caldeirada.
O que retratam o(s) seu(s) livro(s)?
Histórias reais; pessoas de carne e osso. Acho o ser humano fascinante. É tão paradoxal que sejamos tão bons e tão maus. Tão capazes de amar, e tão capazes de matar. Quero que os meus livros dêem voz a pessoas reais. Que mostrem a beleza e a fealdade da vida.
Hábitos de escrita: Onde escreve? Em que momento do dia? Quanto tempo dedica à escrita?
Sempre em casa. Posso apontar coisas enquanto estou na rua, – no telemóvel, num caderno, num pedacinho de papel – mas escrevo sempre em casa, em silêncio, de manhã. Adoro a luz das manhãs. Hoje, tenho a sorte de poder dedicar todo o meu tempo à escrita (que é como quem diz: a ler, mais que a escrever). Tento ler o máximo possível. Depois escrevo. Isto sem um padrão definido, ou horários. Não tenho uma fórmula que possa apresentar.
Improvisa à medida que escreve ou conhece o fim antes de escrever?
Improviso. Não imponho, deixo andar.
Qual é o seu livro preferido?
Memória de Elefante, António Lobo Antunes.
Uma breve mensagem de incentivo para quem gosta de escrever:
Dois conselhos:
- não escrevam porque é fixe, está na moda, ou porque vos vai tornar famosos (ou vão ter um dissabor);
- leiam (bastante): os bons, os maus e os vilões.
Muito obrigada, Pedro.
Para acompanharmos o trabalho do Pedro:
Site: www.pedrodrigues.com
IG: @pedrorodrigues_official
Obrigada ao Jordan Hopkins no Unsplash pela foto de capa deste artigo.
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