Estranhos dias estes que são os nossos

Estranhos dias estes que são os nossos

Nestes nossos dias,
É difícil viver.
Apesar das tecnologias
Recuámos no saber.

Nestes nossos dias
O pensar está do avesso
A frente está para trás
E o fim no começo.

Um comportamento correto
Com caracter e princípio,
Não é visto como reto,
E cai como num precipício.

Nestes nossos dias,
Os olhos são tapados por palas,
Cuidado com a falta de visão.
Saiam da frente, abram alas!

Porque nestes nossos dias,
A memória está curta,
A visão nublada,
A audição surda,
A palavra não vale nada.

Nestes nossos dias,
O que é hoje, já morreu!
Quanto mais amanhã…
Dir-te-ão ” nada aconteceu”.

Nestes nossos dias,
Vivemos a era do eu.
Dos outros nada importa,
“Interessa apenas o que é meu”.

Ninguém quer saber,
Nem do passado, nem do futuro,
É muito mais leve viver
Um pensamento imaturo.

Mas se for verdade
Que se colhe o que se semear,
Muitos comerão vaidade,
Se eu não me enganar!

Não me cabe a mim julgar,
Nem o pretendo fazer,
Só estou a constatar
O que a mim me faz doer.

Também eu sou um ser
Destes nossos dias,
A tentar sobreviver
À felicidade às fatias!

É tudo tão incerto,
Inconstante e insustentável.
Para quando a felicidade,
Inteira e infindável?

Nestes nossos dias,
Valha-nos a esperança.
De que a tristeza de hoje
Se faça uma mera lembrança.

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