Chovia copiosamente, mas não o suficiente para nos impedir a escapadinha de fim de semana de outono na Nazaré.

Só no caminho escolhemos um hotel. É frequente sofrermos de ataque súbito de evasão. Ainda bem para a nossa saúde! Digamos que é uma preparação para as surpresas da vida, mas sob um prisma positivo, ou seja, não é preparação nenhuma! Porém, sabe muito bem! O site destacava ultimatos para reservas de estadia deixando adivinhar o número de visitantes que a Vila abraçaria neste mesmo fim de semana. Este facto apressou-nos para o hotel em vista imediatamente à nossa chegada. Nem sempre somos nós que traçamos as prioridades, as circunstâncias impõem-se com frequência. Nada controlamos. Conseguimos o último quarto disponível de um hotel moderno e central, muito perto de tudo, mais precisamente dos restaurantes onde a seguir escolhemos almoçar e, mais tarde, jantar. Ouro, portanto!

Nesta vila piscatória portuguesa situada a oeste a pouco mais de 120 quilómetros de Lisboa, o mar ornamenta grande parte da paisagem e marca a vida de muitos dos seus habitantes. Peixe seria a ementa de todas as refeições. Que mais? E nos restaurantes, para além do português, ouvem-se conversas em várias línguas europeias e asiáticas. Habituados à diversidade turística, os calorosos anfitriões com os quais me pude cruzar falavam francês e inglês perfeitos, conhecimentos linguísticos que me deixaram orgulhosamente impressionada.
A chuva entretanto parou e cedeu o lugar a uma temperatura agradavelmente amena sem uma sombra de vento, ambiente propício a redescobrir a Vila!

Algures no passado, qualquer um de nós já tinha visitado a Nazaré, em trabalho ou em lazer, mas nunca lá tínhamos ido juntos. Esta, por si só, já representava uma excelente razão para lá voltarmos, mas posso mencionar muitas outras como: fugir à rotina, conhecer a nossa cultura, saborear a gastronomia, enfim, alargar horizontes e aproveitar um fim de semana de outono fora de casa. Porque ainda que as aldeias, vilas, cidades, materialmente falando, sejam menos propícias a mudanças a curto ou longo prazo, sejam mais estáticas que as pessoas, continuam a ser as pessoas que as enchem de vida. Ora se a mutabilidade constante caracteriza a essência do ser humano, a probabilidade da Nazaré ter mudado algo era imensa. No meu caso, não visitava esta Vila há mais de 20 anos. Curiosos, fomos ver a vida na Nazaré.
Amei Nazaré. A cor do mar me impressiona.