Foi por querer que te li!
As diferenças podem completar as pessoas e até atraí-las. Que o diga Beatriz e Leonardo. De contextos sociais e familiares opostos, o único ponto em comum é o avô de Leonardo, homem sábio, por quem as duas personagens nutrem um respeito e carinho profundo e por essa razão lhe dão ouvidos. Em conversas com Beatriz, o avô de Leonardo percebe que esta procura a felicidade e propõe dar-lhe a receita, mas sob uma condição: que a jovem adulta ajude o seu neto a ter paz com ele próprio. Sempre pronta a ajudar, Beatriz aceitou longe de perceber a importância que esta missão ocuparia para sempre na sua vida.
Este livro é o primeiro romance de Raul Minh’Alma, autor natural de Marco de Canaveses, Portugal, onde nasceu em 1992. Formado em Engenharia Mecânica é nas letras que encontra a vocação. O seu primeiro livro de poemas foi publicado em 2011 e nunca mais parou de escrever. Desde 2016 ocupa o pódio dos bestseller em Portugal.
Não conhecia o autor, nem o seu trabalho, mas várias vezes vi os livros dele desfilarem nas redes sociais e a serem destacados nas prateleiras de algumas livrarias. Hesitei antes de decidir embarcar neste viagem literária portuguesa. Isto porque não costumo gostar de livros dos quais se fala muito. Tenho a tendência de criar expectativas demasiado altas e injustas para a análise sincera do que acabo por ler. Assim, curiosa com as apreciações de outros leitores e com o número de vendas dos livros deste autor, resolvi descobrir o porquê.
E os ingredientes são uma escrita simples, uma narrativa muito bem construída e um ritmo certo, mas não só! As personagens transportam traços de personalidade que requerem conhecimento de causa da parte de quem as cria. E este foi o ingrediente que mais me cativou nesta leitura. No caso da Beatriz, é uma personagem lutadora que se esforça para ser a sua melhor versão, mas que se esforça constante e continuamente. Ora esta não é uma característica inventada. Só conhece a perseverança desta luta quem já passou por ela. “Nada me caiu do céu.” conforme revelou numa entrevista ao Blasting News Portugal em março de 2019. Raúl Minh’Alma ou, mais precisamente, Pedro Miguel Queirós confessou que “as dificuldades inspiraram a sua arte”.
A história prende, não apenas pela paisagem ficcional pela qual nos guia, mas também pela pitada de realidade que carrega em si. Uma viagem literária que vale a pena!
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