Movida pela empatia pela dor dos outros naquela que é a sua profissão principal, médica ginecologista na área da infertilidade, a nossa convidada de hoje espelhou na escrita temas que lhe são queridos. Da empatia à escrita, descubram o percurso de Iris Bravo!
O que lhe deu vontade de escrever livros?
Eu sou ginecologista, diferenciei-me em Infertilidade e só trabalho nessa área. Comecei a escrever A Terceira Índia num dia em que estava muito frustrada, porque duas das minhas doentes, que já tinham feito tratamentos anteriores, voltaram a não engravidar. Elas tinham lutado tanto para ter um bebé e eu senti-me impotente para as ajudar com a “minha” Medicina. Por isso, achei que devia, de alguma forma, colocar por escrito como pode ser difícil (e por vezes inglório) fazer tratamentos de infertilidade, para as outras pessoas saberem o que estas mulheres passam e valorizarem-nas por isso. Depois, uma coisa leva à outra e comecei a imaginar que o destino da minha protagonista era não engravidar para que ela saísse da sua zona de conforto e interferisse noutras vidas…
Onde encontra a inspiração?
Nas pessoas que conheço, eu adoro conversar e absorvo as coisas que me dizem. Encontrei inspiração nas minhas doentes, nas minhas amigas, nas amigas da minha mãe e por aí fora…
O que retrata o seu livro?
O meu livro é uma história de ficção em que abordei temas que me são muito queridos, como o sofrimento dos casais com infertilidade, a ecologia, as desigualdades entre os países e a importância do empowerment das mulheres.
Hábitos de escrita: Onde escreve? Em que momento do dia? Quanto tempo dedica à escrita?
Escrevo em casa, num computador que está estrategicamente colocado na cozinha e ao lado da secretária do meu filho mais novo. Escrevo aos bocadinhos, quando chego do trabalho e depois, mais descansadamente, quando os miúdos já estão a dormir. É muito variável, depende se tenho artigos de medicina para ler ou escrever e, também, a que horas me tenho de levantar no dia seguinte…
Improvisa à medida que escreve ou conhece o fim antes de escrever?
Improviso e, às vezes, até volto atrás e mudo coisas.
Qual é o seu livro preferido?
O meu livro preferido é uma trilogia que já devorei vezes sem conta desde os quinze anos, mas fico sempre maravilhada a sonhar com o Shire, a Terra Média, os hobbits, os elfos e os Ents de cada vez que a leio. É O Senhor dos Áneis: A Irmandade do Anel, As Duas Torres e o Regresso do Rei.
E, agora, uma breve mensagem de incentivo a quem gosta de escrever:
Uma mensagem de incentivo a quem gosta de escrever é difícil! Sou uma autora muito recente e não sei muito bem o que dizer, mas acho que ser verdadeiro é sempre uma boa opção: escreve como se fosse para tu leres e sem pensar no que as outras pessoas vão dizer!
Muito obrigada, Iris! Foi um gosto conhecê-la um pouco mais, não só nesta entrevista, mas também na Feira do Livro de Lisboa.
Para continuarmos a seguir o seu trabalho:
Instagram: @iri.bravo
Facebook: @irisbravoautora
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