Há uns tempos atrás a minha mãe explicou-me o ponto de vista dela quanto à passagem do tempo por nós.
Disse-me que quanto mais anos passam, mais clareza na mente tem. Com esta mesma clareza chega também a certeza do que quer e do que não quer. O querer e o não-querer não só da vontade própria, mas também do que importa e do que não importa para nós próprios. Junto com a clareza e o querer chega também a sinceridade. Se pudéssemos voltar atrás, não repeteríamos, com certeza, exatamente da mesma maneira algumas decisões porque reconhecemos que, em parte, algumas escolhas más fomos nós que as fizemos.
A mente vai assim evoluindo para o seu melhor. Quanto ao corpo… olhamos o espelho e a discrepância não podia ser maior. O corpo não acompanha a mente. O corpo viveu sofregamente enquanto jovem para viver cada vez menos conforme envelhece. A destreza da mente constrata com a passividade do corpo. Quanto mais vida, menos energia. E acabamos, mais tarde ou mais cedo, por ter de o carregar.
Embora quase 30 anos mais jovem que a minha mãe, já consigo experimentar esta descrição. Pois a cada dia que passa tenho mais sede de viver, de conhecer e de aprender. O meu interesse sobre o que me rodeia é cada vez maior. E continuo a iniciar etapas com a mesma sede com que abracei a vida e as suas possibilidades aos vinte anos. Mas os meus dias lembram-me a realidade por se tornarem cada vez mais curtos já que o meu corpo exige descanso sem o meu consentimento.
É por estas e por outras que acredito que deveríamos viver muito mais tempo, se não para sempre!
I loved it Annagui! Such depth in the analysis of real life’s simplicity. I believe with all my mind, soul and heart that everlasting life is the only explanation for our natural quest and thirst for knowledge, understanding, growth and love.
Thank you very much, Cláudia, for you comment! 💙