Somos todos fortes candidatos ao cansaço do cansaço. Não só pelo contexto que atravessamos neste momento, mas sobretudo pela velocidade vertiginosa que o mundo tende a impor-nos, ainda que de forma subtil. Como se as circunstâncias exteriores não bastassem, também existe um coeficiente que eleva o nosso cansaço a um exponente máximo: nós próprios! Se achas que não, repara nestes factores.
De onde vem o cansaço?
Factor 1
As máximas de encorajamento, hoje em dia, são todas em volta do “sê a tua melhor versão”, “dá o teu máximo”, “supera-te!”. Isto é de facto um impulso à ação. Equivale a uns quantos cafés. Mas, para uma pessoa ansiosa como eu, estes múltiplos incentivos criam-me pressão.
Factor 2
Para além disso, a tecnologia para a qual estamos disponíveis 24h por dia contribui, também, para a nossa pressa de alcançar os objectivos. Dá a sensação de que já todos lá chegaram, só falto eu.
Factor 3
Geralmente, estes fatores fazem a festa por culminar num terceiro que é a perturbação do sono.
→ Quem se revê nestes três pontos que se acuse por continuar a ler esta publicação!
Preso por ser leão e preso por não ser!
É verdade que é importante sermos responsáveis e construtivos, mas não ao ponto de prejudicarmos a nossa saúde. Acontecia-me com frequência esquecer-me de comer porque estava demasiado ocupada com o que estava a fazer. Até que, entre outros sentimentos, esta frase ressoou como um címbalo de incontáveis decibéis:
Mais vale um cão vivo do que um leão morto.
Salomão
É muito fácil acharmos que temos energia para fazer tudo ao mesmo tempo. És capaz de conseguir durante um tempo, porém pensar que és forte com um leão pode levar-te ao esgotamento.
O mesmo rei, dotado de uma sabedoria inigualável, também disse:
Há um tempo determinado para tudo.
Salomão
O que eu fiz que tu também podes fazer?
- Descansar! Pois é! Se o teu problema é sobrecarregares-te, então tens de incluir nas tuas tarefas a tarefa de não fazer nada, ou seja, descansar. Foi este o meu preciso ponto de partida: incluir blocos de tempo onde me imponho parar, descansar, relaxar. O ideal é sair à rua e dar um passeio, todavia quando isso não é possível, opto por passear por um programa de televisão que me faz “descansar o cérebro” no sentido em que não me obriga a pensar. Tenho um gosto peculiar para programas de remodelações de casas. Tu terá o teu. Tudo é válido desde que dês descanso ao teu cérebro.
- Aprender a dizer NÃO! Sobretudo a ti mesma(o). Muito difícil, bem sei! Mas não impossível. Lembra-te > tenta > volta a tentar até conseguires!
- Ser flexível! Estás de parabéns quanto a criar objectivos e a esforçares-te a alcançá-los, contudo, caso não os consigas cumprir no prazo estipulado, evita o stress. Este estado de ansiedade só te vai atrasar mais. Em vez de dares margem à ansiedade, aproveita para rever a tua lista de tarefas e torná-la realista, à tua medida.
Uma maneira mais visível de pensares em ti neste sentido é pensares num atleta de alta competição. Apesar de cumprir horários de treino rígidos, o descanso regular é imprescindível para um melhor desempenho. Lembra-te, também, que cada atleta tem as suas características. O mesmo treino não funciona para dois atletas.
Olá, Ana Gui!
Revi-me tanto neste post. Estava a assentir em cada frase que lia – eu identifiquei-me com cada palavra que disseste. Eu sinto este cansaço, esta exaustão pré-burnout que está a deteriorar as minhas capacidades. E tenho a consciência de que a responsável por isto sou eu! Adorei as tuas dicas, e estou a começar a aplicá-las, nomeadamente a aprender a ser flexível!
Todos precisamos de ler este post. Obrigada por o partilhares! 🙂
Um grande beijinho,
Elisabete.
Olá, Elisabete!
Obrigada eu por teres tirado tempo para ler a minha publicação.
Tenho reparado que este cansaço é um lugar comum a muitos de nós hoje em dia. Fico muito feliz de poder contribuir para que traves o teu pré-burnout. Esgotada não poderás dar asas aos teus projectos. Cuida-te, por favor!
Beijinhos.
Obrigada por nos relembrar estas dicas. No meu caso, já as conhecia, mas algumas ainda não estão automatizadas. Por conseguinte, servem de incentivo para repensar o nosso estilo de vida e não esquecer de as colocar em prática.
Beijinhos 🙂
Olá, Carmen!
Obrigada a ti por passares por aqui.
É verdade! Sao ideias simples, acessíveis e que, muitos de nós, conhecem, mas criamos um fosso desnecessário entre a teoria e a prática. Vamos mudar isso! 😉
Beijinhos.
Obrigada por partilhares estas dicas! De vez em quando é necessário ouvir (ou, neste caso, ler) algo assim.
Identifico-me sobretudo com os fatores 1 e 2. Felizmente durmo que nem uma pedra! 😀
Tenho aprendido a descansar mais. Tenho andado com um grande projeto nas horas vagas, depois de estar o dia todo ocupada, e estava a sentir-me esgotada. Agora estabeleci um pequeno objetivo para trabalhar todos os dias à noite, sem me culpabilizar se estou muito ou pouco produtiva, e ofereço-me as tardes de domingo para não fazer nada (no meu caso, gosto de ler e não tanto ver televisão).
Beijinhos e bom descanso também para ti! 🙂
Olá, Daniela!
Que inspiração conseguires analisar-te e tomares medidas que vão ao teu encontro! Parabéns!
Eu também prefiro ler a ver televisão, porém parte do meu trabalho também passa por ler. Por outro lado, como escrevo, nem sempre consigo desfrutar de um livro só do ponto de vista de leitora. Há sempre a tendência de analisar mais além. Daí optar pela TV.
Obrigada por teres passado por aqui e pelas tuas palavras.
Beijinhos e bom trabalho e descanso devido!