Eu gosto de tecnologia. Gosto do que os aparelhos e as suas aplicações nos proporcionam.
Gosto da facilidade com que se acha o significado de uma palavra que não se conhecia.
Gosto da velocidade com que se traduz uma língua e se viaja para outra.
Gosto do tempo que não se gasta a tentar perceber o local perto ou distante onde outro alguém se encontra.
Gosto de redes sociais.
Gosto da partilha de descobertas.
Gosto de fazer parte do dia-a-dia profissional de outros, mesmo desconhecidos.
Gosto dos horizontes que nos alargam, das distâncias que nos encurtam e gosto das oportunidades que nos estendem.
Mas ser humano é sentir. Sentir é estar lá. Ser humano implica, portanto, estar presente em todos os sentidos: na partilha de ambientes, no olhar as pessoas, no comunicar com elas, conhecê-las, relembrá-las, abraçá-las. As que nos inspiram, encorajam-nos a continuar. As que nem por isso, acentuam o que já nos define ou talvez ainda não. De uma maneira ou de outra, conhecermos, reencontrarmos e conversarmos profunda ou fortuitamente com outros seres humanos situa-nos. Próximos ou apartados, o convívio real e despretensioso com outras pessoas consiste num bem natural essencial.
E é a realidade que torna mais rico o conteúdo das nossas redes sociais. Não o contrário. Por muito modernos que queiramos ser, por muito tempo que a tecnologia e as redes sociais nos possam fazer ganhar, por muito que queiramos descobrir, explorar, mostrar ou partilhar, não há nada que substitua a nossa pausada presença, a nossa profunda vivência, nós seres ímpares, únicos. Se não vivermos, logo não sentimos!
Assim, aprendi com as redes sociais que se não sentir, nada tenho a partilhar.