Criar é uma compulsão necessária que desde jovem me ajuda a encontrar equilíbrio nestas bonitas e desafiantes voltas ao sol.
O nosso autor convidado é o autor Ricardo Fonseca Mota.
O que lhe deu vontade de escrever livros?
Criar é uma compulsão necessária que desde jovem me ajuda a encontrar equilíbrio nestas bonitas e desafiantes voltas ao sol.
Onde encontra inspiração?
Encontro-a no movimento de relaxamento do diafragma. Inspirar é expandir-me por dentro. Depois o músculo contrai e os pulmões livram-se do ar, gerando uma falsa sensação de morte que origina novo impulso inspirador. É um trabalho que é tanto natural quanto necessário. Observar, questionar, conhecer, são gestos que favorecem a minha respiração.
O que retratam o(s) seu(s) livro(s) ?
Os livros tratam precisamente do que neles está escrito.
Nos meus textos não gosto de explicações nem respostas. Divirto-me criando perguntas e definindo problemas.
O mesmo acontece quando chega a hora de falar sobre os livros. Talvez tratem do que tratam todos os outros: relações humanas, injustiças, jogos de poder, desigualdades, diferenças, o medo da morte, amor e família. Ou talvez ainda de outros nadas.
Hábitos de escrita: Onde escreve? Em que momento do dia? Quanto tempo dedica à escrita?
Escrevo quando estou a trabalhar, mas crio a toda a hora em qualquer circunstância. Tomo notas e crio materiais a todo o momento. Quando me sento para esculpir, já tenho uma ideia que tipo de rochas me esperam.
Improvisa à medida que escreve ou conhece o fim antes de escrever?
Ambas as situações são frequentes. Tenho um desenho inicial das personagens e conheço os problemas que lhes vou colocar. Tudo o resto flui no jogo viciante entre luz e sombra.
Qual é o seu livro preferido?
Depende dos dias. Hoje, por exemplo, posso referir Não é Meia-noite Quem Quer (António Lobo Antunes), Assim Começa o Mal (Javier Marias), Arde o Musgo Cinzento (Thor Vilhjalmsson), A Luz em Agosto (William Faulkner) e Nove Histórias (J. D. Salinger).
Uma breve mensagem de incentivo para quem gosta de escrever.
Escrever exige um trabalho muito sério de leitura, portanto sugiro a quem gosta de escrever que leia muito e leia bem. Depois, independentemente das ambições que nutrem, aconselho que respeitem a língua que trabalham, escrevam sobre o que conhecem.
Muito obrigada, Ricardo!
Para continuarmos a seguir o trabalho do autor Ricardo Fonseca Mota:
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