É na vivência e na convivência, mas, também, na infimidade da natureza que o nosso convidado encontra a sua fonte de inspiração. Sul, é para onde nos leva os sentidos, em versos. Mas hoje, a prosa é sobre ele. Vamos conhecer melhor o autor Ricardo Jorge Claudino!
O que lhe deu vontade de escrever livros?
A vontade de escrever um livro acontece por saber que posso vir a contribuir para a difusão da língua portuguesa no mundo. Mas há mais razões.
Comecei a escrever poemas soltos na adolescência e não mostrava os textos a ninguém. Só muito mais tarde é que criei um blog e redes sociais, onde fui publicando pequenos excertos dos meus poemas.
No final de 2019, decidi partilhar a minha obra com os leitores e estabelecer uma relação mais intimista. Foi também assim que surgiu a vontade de publicar o livro “A Cor do Tempo”, com sessenta poemas que na minha opinião têm a profundidade necessária para encaixar num livro em formato físico.
Onde encontra inspiração?
A inspiração reside na vivência e na convivência. Se quisermos encontrá-la num lugar teoricamente mais imprevisível, basta concentrar os nossos sentidos na anatomia de uma árvore, paisagem, estrela ou grão de areia.
O que retrata(m) o(s) seu(s) livro(s)?
Até à presente data tenho um livro publicado.
Tal como na resposta à pergunta anterior, “A Cor do Tempo” também retrata as vivências e convivências durante a minha infância e adolescência, sobretudo nas duas regiões do país que me mostraram o mundo: Alentejo e Algarve. Contudo este livro não é uma autobiografia. À excepção de dois poemas, todos os restantes não referem nomes de pessoas, cidades ou acontecimentos; e penso que esta é a principal razão pelos leitores sentirem cada texto seu.
Sendo que as sessenta peças que constituem o livro têm a particularidade de ser bastante sensoriais, desejo que cada pessoa recorde os cheiros, sabores, sons e toques da sua vida, tal como eu tive o prazer de ter essa experiência enquanto escrevia.
Hábitos de escrita: Onde escreve? Em que momento do dia? Quanto tempo dedica à escrita?
Por não ser escritor profissional e por a minha principal actividade ser noutra área,
criei a rotina de escrever pelo menos 4 – 6 horas por semana.
O meu lugar de eleição é no campo ou num parque; onde ainda exista natureza para sentir.
O momento do dia perfeito para escrever é quando surge a livre vontade de o fazer.
Improvisa à medida que escreve ou conhece o fim antes de escrever?
Na poesia, é mais fácil de improvisar à medida que se escreve.