Segunda-feira de Ana Silvestre é uma leitura leve sobre temas intensos como as doenças física e emocional, o amor sob todas as suas facetas, o casamento, a violência doméstica, a amizade, a morte e a vida.
O livro
Segunda-feira de Ana Silvestre na sua 1ª edição, agosto de 2019, pela editora Oficina do Livro.
O tempo levou-a a dedicar-se inteiramente à família, afastando-a dela própria. Esta é a história de Beatriz, uma empreendedora, esposa, mãe de família e, também, uma filha extremosa.
É precisamente pela morte da mãe que volta a questionar a sua vida e a dar-lhe um novo rumo.
Ana Silvestre é uma autora nascida em Lisboa em 1967. Casada e mãe de três filhos, encontra na vida a inspiração para os seus livros. Eu sabia, estava escrito, Água e Sal, Apaixona-me, Sinto-te e Segunda-feira são os cinco romances publicados. Amor e destino são as duas das temáticas deste quinto livro que, à semelhança dos outros “retrata a vida comum, a vida de todos nós, os temas do dia-a-dia” conforme revelou a autora na sua entrevista ao ESCREVER – PALAVRA DE AUTOR.
A minha opinião
Esta foi mais uma estreia para mim! Uma escrita fluída numa narrativa simples no meio de abordagens a temas intensos como as doenças física e emocional, o amor sob todas as suas facetas, o casamento, a violência doméstica, a amizade, a morte e a vida.
Criei uma ligação com a personagem principal desde as primeiras páginas por Beatriz ser “igual a tantas outras”. Todos conhecemos uma Beatriz.
Emocionei-me com a delicadeza do trato da protagonista com a sua mãe, doente oncológica, nos derradeiros momentos de vida e com as palavras desta última ao sair do hospital, tendo conhecimento dos poucos dias de sobrevivência que lhe restavam:
– Então, mãozinha, estás a chorar porquê? – perguntou-lhe a filha.
– Porque estou a ver o mundo, filha! – respondeu-lhe, num soluço – E é tudo tão lindo! O azul do céu, a luz do sol, as árvores, as cores das flores, o canto dos pássaros, o barulho das pessoas…
Quantos de nós passa a correr sem tomar tempo para apreciar as pequenas coisas?
Esta leitura ajudou-me a relembrar as falsas garantias que alimentamos e a importância de manter desperta a nossa pessoa interior. Se te parecer um lugar comum é porque o é mesmo. É, precisamente, no comum que nos perdemos. Por isso, ainda que a segunda-feira nem sempre seja perfeita, não quer dizer que a semana esteja toda perdida!
Lê Segunda-feira em qualquer altura!