Gosto muito de animais, mas com a condição que eles permaneçam no espaço deles e eu no meu! Mas esta condição nem sempre é possível… muito menos possível da parte deles, mas, novidade, também cada vez menos da minha ( ainda com muito esforço).
Fiz há 14 anos uma viagem ao México onde experimentei pela primeira vez snorkelling ou mergulho sem garrafa, à superfície. Ao contrário do que já pensei, hoje considero que essa experiência não foi positiva. Só voltei a tentar tal proeza este ano, 2018, na Sardenha. Apesar de não me ter aventurado muito, consegui orgulhosamente o equivalente a ir à lua para o Armstrong. Ousei pisar terreno desconhecido respirando fora da minha zona natural. Ainda que o mar fosse tranquilo, para uma freak control é dose!
As tentativas foram várias. A paciência de quem me acompanhou dava a volta à ilha algumas vezes… Foi um processo progressivo dia após dia!
No primeiro, tentei durante 5 minutos onde só havia areia. A ideia era ambientar-me a respirar. Não só me ambientei, como também relaxei ao ponto de saborear o silêncio que o mar me deu a provar. Também apreciei a atitude de alguns peixes que se juntaram a nós para me observar… Apesar da primeira experiência, ainda não tinha descoberto este pequeno tesouro.
No segundo dia, tentei uma vez mais. Voltei a aventurar-me em águas sem rochas, mas desta vez sem controlar o rumo. Simplesmente nadar e uma vez mais desfrutar da ausência ruídos. Desta vez, seguimos um pequeno cardume de quatro peixes. Cinco minutos não é muito, mas foi o suficiente para me apaixonar pela grandeza da calmaria que o mar nos oferece.
Os dias que se seguiram, acumularam mais tentativas. Umas foram mais bem sucedidas do que outras. No meu último dia, decidi ser mais arrojada e aceitei um passeio maior em tempo, maior em distância e maior em obstáculos. Nadámos em areia, mas também em algas e até descansámos em rochas! Falo no plural porque estive sempre acompanhada. Ainda que sair da nossa zona de conforto seja um processo individual, com companhia, sentimo-nos mais fortes.
E criei assim uma excelente recordação e a coragem de experimentar mais vezes. Não me vejo a ansiar estes pequenos mergulhos à superfície, mas também não me vejo a desperdiçar as eventuais futuras possibilidades de o repetir.
Para além da beleza da fauna e flora marinha, o mar tem este poder imenso, como ele, de me tranquilizar. Experimento em terra desde há muito tempo, mas em mar descobri-o agora. Estou feliz por esta pequena conquista em relação ao mar, aos outros e a mim!
E vocês? Já mergulharam?
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