Sabendo o fim da história ou dando asas ao acaso, acredita que as ideias voam ao seu redor e que as agarra conforme vai escrevendo. É na humanidade que encontra a inspiração, tanto em pequenas coisas como em grandes temas, mas existe um único elo condutor a todas as suas ideias: o amor. Sempre o amor!
Hoje estamos à conversa com mais um autor português, Tristão de Andrade!
O que lhe deu vontade de escrever livros?
Escrevo desde os 14 anos. É um ato natural e surge como forma de expressão. A necessidade de comunicar e partilhar ideias é uma das minhas características. Gosto muito de incentivar ao pensamento, de chamar a voz interior que grita em mim e nos outros. Escrever, na minha opinião, é um ato coletivo. Nunca solitário. É precisamente esse espírito que me conduz desde sempre e planta na minha alma a vontade de escrever.
Onde encontra a inspiração?
Na forma como olho e observo, na maneira como escuto, em tudo o que absorvo dos outros. Nas coisas do dia-a-dia, no quotidiano, nos grandes temas da humanidade e no amor. Sempre no amor. No mais puro dos sentimentos. Nas coisas boas da vida mas também nas más.
A inspiração está sempre a acontecer, a surgir, a vibrar porque estamos sempre a viver.
Diz-me como vês dir-te-ei o que procuras.
O que retratam os seus livros?
Os meus livros falam da vida com amor, da procura do amor através do dia-a-dia, das pequenas opções que tomamos, daquilo que nos conduz, que nos leva a procurar a famosa felicidade. Falam de erros e asneiras, de tentativas e vitórias, de derrotas. Falam de forma descomprometida, de maneira desligada e descomplexada. São páginas de amor intenso entre o leitor e o próprio livro. Gosto sempre de dizer que o meu último livro – E SE FOSSES TU? – é o grande desafio à subjetividade de cada um. Um livro que se lê diferente aos olhos de cada leitor. Sirvo-me de todas as ferramentas que tenho vindo a reunir nos últimos anos e depois o AMOR ACONTECE, em forma de livro.
Hábitos de escrita: Onde escreve? Em que momento do dia? Quanto tempo dedica à escrita?
Escrevo diariamente num local qualquer.
Não gosto especialmente da rotina da escrita, essa acontece em outros compromissos, por exemplo, nas crónicas semanais que escrevo. Aí sim! Sento-me em determinada hora a trabalhar.
Quando o assunto são os meus livros tudo muda. Escrevo aqui e ali. Onde a vontade me disser para ficar a escrever. Já dei por mim parado no meio da cidade agarrado ao telemóvel a escrever um texto que tinha na cabeça. Escrevo muitas vezes por impulso. Gosto de acreditar que as ideias vão voando à minha volta e depois que as agarro. Escrevo muitas vezes quando acontece vida diante dos meus olhos.
Improvisa à medida que escreve ou conhece o fim desde o início?
Tecnicamente é sempre mais fácil ter um final já previsto. Saber onde se quer chegar, o destino, o ponto final. Nos meus Workshops partilho sempre esses segredos. Senão vejamos: eu sei onde quero levar a minha audiência – dá-me tempo para viajar por universos de mistério que preparem o grande final. É seguro escrever assim. No entanto gosto muito mais de arriscar. Escrever sem saber muito bem onde vou terminar. Permite-me ser leitor daquilo que escrevo e descobrir apenas no final onde tudo termina. É um processo muito próprio e subjetivo. Todos temos estes mistérios.
Qual é o seu livro preferido?
Apologia de Sócrates de Platão. Sem dúvida o livro que ditou o rumo da minha vida. A base do meu pensamento, da minha forma de ver o mundo e sobretudo a minha pedra filosofal.
E, por fim, uma breve mensagem de incentivo para quem gosta de escrever.
Desde sempre que tenho vindo a fazer o meu caminho no mundo da escrita.
Não é um universo fácil mas é sem dúvida democrático e fascinante. Defendo que dentro de cada um de nós há um escritor em potência, um criador de sonhos e arte. Um pensador. Escrever é um ato coletivo, de partilha e amor. Ninguém deve escrever de si para si, na minha opinião, sempre que alguém escreve deve sentir a missão de contribuir para um mundo melhor ainda que, por vezes, seja necessário trazer a pior mensagem.
Não te sintas escritor porque alguém o disse, nem nunca te sintas ninguém porque nenhuma voz te defendeu. Ouve o teu coração e escreve. Escreve de ti para os outros que rapidamente tudo voltará a dobrar.
Convido todos os leitores a conhecerem o meu último livro E SE FOSSES TU? – Matéria Prima Edições – disponível nas livrarias e hipermercados (foto abaixo).
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Muito obrigado por esta entrevista. Nós os autores/escritores devemos muito à comunidade de leitores que diariamente promove blogs e espaços culturais que têm o “livro” como ator principal.
Tristão, obrigada nós, leitores e escritores, pela entrevista, pela inspiração e pelo reconhecimento!
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