Com emoção!

Acordei descansada. A noite tinha sido bem dormida. E o dia da primeira apresentação do meu livro estava à minha frente, radiante, disposto a ser vivido. Num misto de grande entusiasmo e de um ligeiro nervosismo, cuidei dos últimos detalhes. Almocei em boa companhia e fiz-me ao caminho. A cada tranquilo quilómetro, uma pitada mais de agitação em mim. Afinal, era a primeira vez que iria contar a história do meu conto infantil. Todas as vezes que o contei a mim mesma, numa tentativa de recapitular aqueles pormenores indispensáveis ou a ordem como iria relatar os vários momentos da vida de Julieta, para suscitar a curiosidade aos que ainda desconheciam o conto, todas essas tentativas foram em vão. A agitação crescia e afugentava a concentração. Cheguei ao Up Studio Yoga com uma hora e meia de antecedência para me ambientar ao espaço. Na companhia de duas amigas, pude descontrair…

Em momentos de entusiasmo, tentar acalmar é tão difícil quanto tentar dormir no pico de uma insónia. Ambas as situações são autênticos becos sem saída! Então, resolvi mudar o rumo. Em vez do meu foco serem as personagens inanimadas a quem iria dar vida, escolhi as vidas de quem já existia e ali estava a tirar tempo do seu tempo para me apoiar e me acompanhar nesta nova aventura. A partir daquele momento, não permiti espaço a sentimento outro que a gratidão por estar em tão boa companhia. Resolvi contribuir com a minha atenção.

Junto com a querida anfitriã, fui recebendo quem apareceu, miúdos e graúdos, e abraçando assim, não só os amigos que me surpreenderam com a sua visita, como os ( na altura) anónimos que me quiseram conhecer. E desfrutei! Desfrutei tanto das pessoas, como da vista inspiradora de tão ampla devido às largas janelas de vidro inteligentemente projetadas que o espaço oferece. E a partir dali, tornou-se natural dar à Julieta e aos seus amigos patas e asas! O resultado está à vista nestas fotos. 

Concluí, pela enésima vez, que não há nada que nos preencha mais do que o apoio de quem gostamos. Ao contrário das personagens do meu conto, não somos marionettes. Somos emoções. Precisamos de sentir, acima de tudo. Não vale a pena insistirmos em fazer tudo muito bem, se não temos tempo para sentir o que estamos a vivenciar. E muito menos valerá a pena querermos fazer tudo muito bem sozinhos. Obrigada a todos os que me deram alento para voar uma vez mais!

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