Sobre estar em paz com a própria presença e aceitar que a companhia mais certa somos nós.
À medida que caminho, percebo que há algo que nunca muda: a única pessoa que vai comigo até ao fim… sou eu. Por mais encontros, por mais partilhas, por mais laços, há uma verdade que se impõe — o alinhamento connosco é o que nos sustenta. Escrevi este texto num desses momentos de clareza, em que a vida fala baixinho e nós finalmente escutamos.
Também cheguei à conclusão de que o caminho que fazemos tem mesmo de ter em conta só nós. Porque conhecemos muitas pessoas, cruzamo-nos com tantas outras, mas a pessoa com quem vamos ficar sempre, até ao fundo da estrada — até ao fim da estrada, aliás — somos nós.
Por isso, por muito que nos deixemos influenciar positivamente (e esperemos que muito menos negativamente), temos de estar alinhados com aquilo que achamos ser correto. E quanto mais caminho, mais me apercebo de que preciso mesmo de estar alinhada comigo mesma, com aquilo em que acredito, e deixar de tentar convencer alguém, de tentar persuadir alguém de alguma coisa.
Porque quanto mais caminho sozinha, mais percebo que, da mesma maneira que me deixo influenciar cada vez menos, também me importa cada vez menos influenciar os outros ou trazê-los comigo. Quem quiser, que me acompanhe — mas por sua própria vontade.
E esta consciência ajuda-me a perceber que a companhia que vou sempre ter, que vou sempre querer ter, sou eu própria. É comigo que tenho de me mover, e é comigo que tenho de estar em paz. Porque os outros fazem parte das circunstâncias. Alguns podem ficar para sempre. Outros não.