Meteorologia

Numa manhã desta semana em que saí bem cedo da minha tão querida casa, lugar onde sou muito feliz, deparei-me com um céu de cores quentes. A vontade de ficar no meu casulo era, como sempre, mais do que muita e este cenário não me ajudava a seguir o rumo do dever de ir trabalhar. Se não vejam a foto de capa.

No meu percurso matinal, ainda na marginal, deslumbrei um nascer do sol tão tímido quanto grandioso! Não pude tirar foto para o comprovar, mas acreditem! Parecia que esta estrela central iria brilhar em todo o seu esplendor o resto do dia.

Cheguei ao escritório e comecei a trabalhar. Entreguei -me ao ritmo deste mundo laboral e esqueci por momentos o meu mundo. Num cenário de luz artificial onde o tempo se mede às tarefas, nas quais os minutos e as horas são eternamente insuficientes, decido fazer uma pausa. Convencida de que iria pintar as cores frias e tristes deste escritório com as do dia que vi nascer, apressei-me até à varanda com a mais ampla vista. Como quem retoma a leitura de um livro na página onde tinha ficado anteriormente, procurei os tons quentes daquela manhã imortalizados não só na foto, mas em mim. Mas qual não é o meu espanto quando me deparei com este céu:

Como se as cores cinzentas, mas em nada neutras, daquele espaço tivessem tingido toda a cidade! Como se de repente o que eu sentia no alto das paredes daquele prédio cosmopolita, na localização e nas mentes de quem lá trabalha diariamente, tivesse transbordado para além de mim! Fiquei incrédula!

Voltei a casa ao entardecer e voltei a viver as cores quentes daquela manhã.Percebi que ali, na minha casa, o sol tinha brilhado o dia inteiro. A crer que, em vez de ser eu a adaptar -me à meteorologia, a meteorologia tivesse sido influenciada pelos meus sentidos.

Uma vez mais concluí que não há sítio melhor do que a nossa casa!

Deixe um comentário

*